Jessica Jones, nada demais.
- Thalita Amaral
- 12 de nov. de 2016
- 2 min de leitura

Apesar de adorar o universo dos heróis, tenho sérios problemas em de fato gostar de séries com esta temática. Como as séries da Marvel, produzidas pelo Netflix, possuem poucos episódios por temporada, fiquei instigada a assistir algumas delas, e dar mais uma “chance” para o segmento. Dessa forma, fui me aventurar em Jessica Jones. Fui advertida que era melhor começar pelo Demolidor, mas resolvi ser rebelde e comecei por ela mesmo.
A história mostra Jessica Jones (Krysten Ritter), investigadora particular, que resolve pequenos casos, como de infidelidade matrimonial, e esbarra em um trabalho que envolve o grande vilão da série, cujo poder é controlar mentes, Kilgrave (David Tenant). Com o decorrer da história vemos que Kilgrave já fez parte do passado de Jessica, marcando sua vida, e está atrás dela novamente, o que movimenta toda a primeira temporada. E não podemos esquecer, Jessica, nossa heroína aqui, possui superpoderes, um tanto quanto discretos, mas úteis.
Já havia visto a atriz Krysten Ritter atuando em Breaking Bad e achei sensacional. Sem dúvida, ela é o que salva a série. Ela foge do clichê, tem bem o perfil anti-herói. Sua infância conturbada, somada a traumas, alcoolismo, a tornam antissocial e sombria. Jones definitivamente não é aquela heroína bonitinha que se vê por aí (em Super Girl, por exemplo) e isso funciona muito bem. Sua amizade com Trish Walker (Rachel Taylor), apresentadora de um talk show de sucesso, também nos prende à história. As duas apresentam muita sintonia, química. Tanta, que nos faz questionar se Jessica Jones e Luke Cage (Mike Colter), envolvimento amoroso da protagonista, são de fato uma boa escolha para a série.
As cenas de luta são bem feitas e as conexões estabelecidas entre as séries do gênero, bem como os filmes, com menções, por exemplo, da destruição de Nova Iorque pelos Vingadores, chamam atenção e aguçam a curiosidade.
Ainda que com pontos positivos, a produção do Netflix não embala. Alguns episódios, tive que assistir em doses homeopáticas. Dando pause, fazendo outras coisas, até conseguir terminar. Com personagens coadjuvantes sem grande impacto, a série fica bem no “biscoito de água e sal”. Mike Colter, pouquíssimo expressivo, me faz pensar duas vezes antes de começar a assistir sua série solo (Luke Cage, já disponível no Netflix). Carrie-Anne Moss vive uma advogada, Jeri Hoghart. Conhecida por Matrix, a atriz também não desenvolveu sua história de forma atrativa. Os coadjuvantes que funcionaram foram, portanto, Trish e Malcolm (Eka Darville), vizinho de porta de Jessica Jones. O vilão Kilgrave tem altos e baixos, pendendo para o “pastelão” em certos momento. Em resumo: história de uma atriz só, bons efeitos, porém pouco instigante e pouco envolvente.
Se vale a pena assistir? É uma série nota 7,0, regular. Com essa nota dá pra passar de ano, como dizem. Tendo a perspectiva da série que está sendo filmada “Os defensores” que juntará o Demolidor, Jessica Jones, Iron Fist e Luke Cage, talvez valha o esforço acompanhar.
Jessica Jones tem sua primeira temporada disponível no Netflix e já tem sua segunda temporada confirmada.
Thalita Amaral
Comentarios