Live Action! Saudosa Rede Manchete!

Acho que, depois da matéria sobre Stranger Things, fiquei meio nostálgica. Logo me vieram lembranças da extinta Rede Manchete, que muita alegria me trouxe na infância. Diariamente, chegava da escola e corria para frente da TV, para acompanhar sua programação. Os chamados Live Action (termo utilizado para os trabalhos realizados por atores reais, contrário de animações), a partir de meados de 1980’s, começaram a estourar e marcaram a vida de muitos. Poderia ficar horas falando sobre isso, por isso escolhi alguns clássicos que marcaram minha infância:

Changeman

Queridos adolescentes, Power Rangers não foi o precursor do segmento das equipes de heróis, chamado no Japão de Super Sentai. O Esquadrão Relâmpago Changeman, também não foi o primeiro, mas talvez tenha sido aquele que impulsionou a febre. Lançado em 1985, mostrava um grupo de 5 pessoas que formavam juntas o exército de Defensores da Terra. Eles recebem uma suposta “Força Terretre” e passam a receber poderes a partir de um animal lendário. Os inimigos da vez são os alienígenas de Gôzma que querem dominar a Terra. Daí surgem as marcas do estilo: uniformes de cores diferentes, como vermelho, preto, azul, rosa e branco (não, não tinha amarelo nos Changeman). Os clássicos robôs gigantes e uma chuva de destruição de maquetes também são a marca registrada deste Live Action. Com o sucesso do segmento, a mesma criadora de Changeman, a Toei Company, também fez Flashman, entre outros.

Jaspion

Dos grupos de heróis, vamos agora para o herói solo, que fez com que a Rede Manchete, mesmo em sua pequenez, batesse muitas vezes a audiência da Globo. Jaspion foi uma febre da época. Contava uma história que se passava fora do nosso planeta. Jaspion era um menino que fora adotado e que, segundo a profecia, estava destinado a proteger o universo das forças do mal (esse coitado tinha uma missão difícil, salvar o UNIVERSO. E olha que salvar a Terra já é complicado…). O mais legal é sua armadura, Metal Tech, feita com o metal mais resistente do universo. Ele tem uma androide como companheira de jornada e sua incrível nave Daileon. Os vilões são o maligno Satan Goss e seu filho MacGaren.

Jiraya

A mania dos heróis solo não parou por aí. Pra diferenciar um pouco, surge um ninja. Acompanhado de sua Espada Olímpica, a tradição japonesa é aqui explorada. Mais lutas, menos poderes. O vilão principal é Dokusai.

Cybercop

Essa era, sem dúvida, uma das minhas favoritas. Essa série japonesa mostra um grupo de policiais de elite com armaduras tecnológicas, o Cybercop. Essa equipe combate uma organização criminosa, a Destrap. Os personagens quando em uso de suas armaduras, recebem o nome de um planeta. O líder é o Cybercop Marte (verde), tem também Júpiter (vermelho), Saturno (cinza) e Mercúrio (azul). Eis um diferencial, o líder aqui é um pouco fora do clichê. Akira, o cyber Marte, é o ranzinza do grupo, o mal-humorado. Em razão disso, em posição de destaque, fica o cyber Júpiter, Takeda. Ele é encontrado no episódio piloto, e passa a integrar o grupo. Se destaca quanto a seu poder, pois consegue invocar de outra dimensão a Cyber Força. O comédia do grupo é o cyber Saturno, e como sempre gostei mais dos “patetinhas”, então adorava o Cyber Mercúrio, que era o de menor destaque do grupo. É bom lembrar que tinha também o Lúcifer, que ficava entre idas e vindas na equipe, entre o bem e o mal.

Kamen Rider

A partir de um mangá, surge este Live Action que deu origem a dezenas de derivados de sucesso como Black Kamen Rider e Kamen Rider Black RX. Em geral, a trama mostra um jovem que se transforma em um herói ciborgue mutante, com o visual baseado em um inseto (gafanhoto) e uma moto cheia de recursos, com o objetivo de combater o mal (só pra variar, #sqn). O diferencial aqui é que, em alguns dos derivados deste live, nem sempre o final é feliz, além da introdução do conceito de anti-herói.

Enfim, obrigada Rede Manchete!

Thalita Amaral