Sense8 - show de ficção!
- Thalita Amaral
- 16 de nov. de 2016
- 3 min de leitura

Sense8 é uma série de ficção científica que chamou minha atenção por ter Andy e Lana Wachowski assinando essa criação. Os dois se tornaram conhecidos como roteiristas, diretores e produtores de Matrix, o que me deixou ansiosa, haja vista que este consta na minha lista de filmes da vida.
A história aborda um grupo de oito pessoas que têm a incrível capacidade de compartilhar habilidades e sentimentos, os chamados “sensates”. Essa característica peculiar, coloca em risco a vida dessas pessoas, que aos poucos vão se conectando melhor uns com os outros, enquanto são “caçadas”.
É uma trama pra lá de ambiciosa (algo típico dos irmãos Wachowski), primeiro porque envolve oito protagonistas, ou seja, oito histórias paralelas a serem desenvolvidas. Segundo, porque a ficção científica por si só pode apresentar complexidades para o telespectador, o que pode ser um desafio prender o interesse do público.
Enfim, risco assumido, iniciei a série e o principal desafio foi criar um vínculo com tantos personagens disponíveis. Dessa forma, confesso que os primeiros cinco episódios foram um exercício de paciência, na expectativa de que algo maior e melhor estivesse por vir. Depois que os personagens foram apresentados, aos poucos o contato entre eles foi tornando as coisas bem mais interessantes e instigantes. A partir do sexto episódio, já tinha meus sensates favoritos, inclusive passei a shippar alguns casais. O último episódio da temporada, disponível no Netflix (total de 12 episódios), foi eletrizante. Logo, indico a série.
Um pouco dos protagonistas:
- Sun (Doona Bae) vive em Seul, filha de um poderoso empresário e é responsável por cenas de lutas incríveis.
- Nomi (Jamie Clayton) é uma hacker, transexual que luta pelos direitos LGBT e vive em São Francisco. Sua família acredita que ela está doente e tenta interná-la a todo custo.
- Lito (Miguel Ángel Silvestre), um ator de filmes de sucesso da Cidade do México, esconde sua homossexualidade com receio de que sua carreira vá por água abaixo.
- Kala (Tina Desai) é uma cientista farmacêutica que vive em Mumbai e está prestes a se casar com um homem que não ama.
- Wolfgang (Max Riemelt) é um alemão criado no crime organizado, com dilemas familiares e que foge do politicamente correto.
- Will (Brian J. Smith) é um policial de Chicago que vive com fantasmas do passado. Pra mim, o sensate central da história.
- Riley (Tuppence Middleton) é uma DJ islandesa com um passado traumático.
- Capheus é um motorista que vive em Nairóbi (Quênia) e que tenta desesperadamente conseguir dinheiro para comprar medicamentos para sua mãe doente. Aml Ameen interpretou o personagem na primeira temporada, mas já foi confirmado que ele não renovou contrato para segunda temporada e será substituído, por outro ator, Oby Onwumere. A série inclusive teve sua segunda temporada “atrasada” por conta disso. Estou preocupada com a troca, pois é um dos protagonistas mais cativantes. Torcer para dar certo.
Vale ressaltar que Sense8 tem censura 18 anos (atenção aos pais de plantão). Essa série dá uma aula sobre quebra de tabus, paradigmas sociais, que nos fazem refletir em como ainda estamos atrasados em muitos conceitos de convívio no nosso país. Temos casais homoafetivos na série, bem como uma transexual, que trabalham bem a questão da aceitação familiar e social. Num mundo em que elege-se Trump, torna-se urgente disseminar histórias como Sense8. As diferenças estão aí para serem vividas e pra tornarem o mundo mais interessante! Assistam!
Thalita Amaral
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