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Consciência negra, consciência diária, consciência humana!

  • Thalita Amaral
  • 23 de nov. de 2016
  • 2 min de leitura

O dia da consciência negra foi no último domingo dia 20, mas para o EntreteniMente tal consciência é diária. Quando penso na data, logo me vem à mente o discurso realizado pela diva Viola Davis, ganhadora do prêmio de melhor atriz em série de drama, no Emmy do ano passado:


“Na minha mente, eu vejo uma linha. E sobre essa linha, eu vejo campos verdes, flores lindas e belas mulheres brancas com seus braços esticados para mim, ao longo dessa linha. Mas eu não consigo chegar lá. Eu não consigo superar essa linha. Isso foi Harriet Tubman em 1800. E deixe-me dizer: a única coisa que separa as mulheres de cor de qualquer outra pessoa é a oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem. Então aqui vai para todos os escritores, todas as pessoas impressionantes que são Ben Shenwood, Paul Lee, Peter Nowalk, Shonda Rhimes, pessoas que redefiniram o que significa ser bonita, ser sexy, ser uma mulher de liderança e ser negra(…)”.


Quando leio essas palavras, me arrepio. Me lembro de acompanhar premiações desde novinha, dado o meu fascínio pelo mundo do entretenimento. Adorava acompanhar grandes astros e estrelas, torcer por eles, suspirar por eles. Todavia, nem tudo era glamour. Me recordo de como era díspar o aparecimento dos negros no tapete vermelho, concorrendo ou sendo premiados em alguma categoria. Sempre via basicamente os mesmos atores desfilando, ora Denzel Washington, ora Samuel L. Jackson, Morgan Freeman, Cuba Gooding Jr, Will Smith, Whoppi Goldberg… Enfim, o mesmo círculo restrito.


Os anos se passaram e as palavras de Viola trazem uma enorme verdade da indústria cinematográfica. Personagens centrais são raramente distribuídos para negros. É só parar para pensar no número de filmes e séries que são produzidos anualmente e fazer uma proporcionalidade. Quantos você se lembra de terem protagonistas brancos? Muitos, certo? Incontáveis, na verdade. Quantos você se lembra de terem protagonistas negros? Agora ficou mais complicado? Difícil até de lembrar. Essa é a triste realidade. Por outro lado, as notícias são promissoras. O cenário está mudando!


Muitos são os responsáveis por essa mudança gradual, entretanto escolho uma pessoa para enaltecer: Shonda Rhimes. Roteirista, cineasta e produtora norte-americana, além de oportunizar, empoderou. Fez o que poucos tiveram coragem. Criou séries protagonizadas por mulheres, sendo muitas destas negras, e fez ainda mais, as tornou campeãs de audiência, os dois supostos “obstáculos” segundo a indústria de cinema e TV. Para quem não a conhece, algumas de suas obras são as aclamadas Scandal, How to get away with murder e Grey’s Anatomy.


Eu acredito que isso é só o começo. As pessoas costumam reproduzir o que elas veem. O ser humano vive de imitação. Desta forma, que surjam mais Shonda Rhimes. Que não haja mais a necessidade de se criar um dia para se discutir a igualdade, que isso seja um conceito implícito à nossa natureza. Que todos tenham direito a dar “largada” na corrida da vida sob mesmas condições. Todos se lembrem, que o que nos falta na realidade, acima de tudo, é a consciência humana.


P.S.: Quero frisar que os exemplos usados para um feriado brasileiro foram da sociedade americana, historicamente muito mais racista.

Thalita Amaral

 
 
 

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