Orange is the New Black.
- Thalita Amaral
- 23 de nov. de 2016
- 2 min de leitura

Imagine uma série povoada por mulheres. Agora multiplique por 10. Essa é Orange is the New Black (OITNB). A brincadeira do nome (laranja é o novo preto), tem tudo a ver com a temática dessa série criada para o Netflix por autoras como Lauren Morelli e Jenji Kohan. A trama se desenvolve em um presídio federal feminino (Litchfield), onde acompanhamos a rotina e dilemas pessoais de diferentes detentas.
Orange is the new Black (OITNB) é uma série de múltiplos personagens, de cotidianos. Existe uma história principal que é a de Piper Chapman (Taylor Schilling), uma nova iorquina de classe média que, 10 anos após cometer um crime relacionado ao tráfico internacional de drogas resolve se entregar e assim inicia seu cumprimento de 15 meses de pena. Seu noivo, Larry Bloom (Jason Bigs), é deixado para trás. Além disso, a sombra de uma ex-namorada, Alex Vause (Laura Prepon), uma das responsáveis por persuadi-la a cometer o crime, volta a assombrá-la na penitenciária.
Com o decorrer dos episódios, vamos conhecendo outras detentas e nos envolvendo. Somos apresentados às suas vidas antes dos delitos, com isso os cenários não ficam restritos ao presídio. Acompanhamos suas mudanças de personalidade e moralidade. Litchfield altera diretamente a forma de pensar e de agir de cada uma daquelas mulheres, ao passo que afeta também todos os agentes penitenciários e demais funcionários envolvidos, também explorados nessa história.
Ao longo da trama, passamos a questionar o sistema penitenciário, que mesmo em países como os Estados Unidos se mostra repleto de falhas. O medo de deixar aquele lugar e cair em um mundo “real”, sem o mínimo de oportunidades, não é mera teoria, é algo verossímil e assustador para aquelas pessoas. Por ser uma prisão feminina, o cenário LGBT é bastante trabalhado, tal como questões de fanatismo religioso. Uma série, portanto, que nos leva a sérias reflexões.
Sobre as atuações, a série é emblemática. Taylor Schilling interpretando Piper é ótima, com um timing para humor incrível e drama comedido. Contudo, o destaque vai para Uzo Aduba que interpreta Suzanne Warren, apelidada de Crazy Eyes. O sucesso dessa atriz, que interpreta uma detenta com distúrbios psicológicos, foi tão grande que de personagem recorrente, passou a integrar o elenco fixo. Laura Prepon também dá show, ela que fez sucesso com seu papel na querida série That '70s Show, apresenta uma química incrível com Taylor.
Quatro temporadas estão disponíveis no Netflix, sendo que a série já tem encomendadas mais três temporadas. Sob um ponto de vista crítico, as duas primeiras temporadas são ótimas. A terceira temporada foi a que considerei mais fraca. Na quarta, a série se recupera bem, com algumas reviravoltas necessárias para quebrar a estagnação. Me preocupa um pouco o fato de serem sete temporadas, pois imaginava que em seis o assunto estaria concluído. Espero que a “enrolação” não impere. Do mais, aguardo ansiosamente as próximas aventuras dessas que são “vilãs” frente a sociedade, mas que conseguem nos conquistar e tocar fundo em nossos coração.
Thalita Amaral
Kommentare