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Samba, 100 anos.


Samba, a festa que não tem hora para acabar, porque no meu coração a dor não tem razão de estar.


Ai, ai, ai, deixa as mágoas para trás, ó rapaz” e vem para "este samba" que "é de arrepiar”. Este ano comemoramos o centenário do samba e não é para qualquer um. São 100 anos de pura brasilidade e é o que temos para comemorar. A iniciativa pioneira veio em 1916, quando Ernesto Santos, o Donga, resolveu registrar a música Pelo Telefone na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Até então, o termo samba só era associado à festa com música e dança, melhor dizendo: “hoje vou dar um samba lá em casa”.


As origens dessa sonoridade provavelmente remontam o período da escravidão, muito antes do termo tomar sua forma. Alguns estudiosos atribuem a sonoridade ao Lundu, canto e dança provenientes dos batuques realizados nas senzalas pelos escravos bantos trazidos de Angola. Sons feitos a partir da batida dos pés e das mãos no corpo e até mesmo no chão. Mas foi só início do século XX que ele realmente passou a despontar como ritmo, justamente quando a iniciativa de registrar a música levou ao reconhecimento de um estilo musical. “Jura, jura de coração?” Sim, eu juro.


É bem possível que você conheça algum samba memorável que tenha marcado você profundamente. Sinhô é um desses caras que deixaram belas obras, talvez não se recorde desse nome ou talvez nem ao menos conheça, todavia já ouviu suas composições. Seu nome, José Barbosa da Silva, o rei do samba, compositor, instrumentista e frequentador assíduo dos redutos musicais da época, fez história. Ele compôs várias músicas e aquela que logo me vem à mente é a música que se tornou justamente o tema da Novela Global O Cravo e a Rosa (2000), Jura (1928).


Em 2005, mais um passo foi dado para a consagração do ritmo. Naquele ano a UNESCO reconheceu o samba como patrimônio imaterial da humanidade. Foi como dar um novo gás ao estilo musical, principalmente porque era um período em que o pagode despontava nas rádios e no mercado. Foram períodos difíceis, mas o Samba possui o seu reduto e persiste até hoje. Como Alcione dizia, em 1975, na composição de Edson Conceição e Aloísio Silva, "não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar, porque o morro foi feito de samba, de samba pra gente sambar".


Tudo fica bem com o samba, ele favorece a mistura, qualquer instrumento se encaixa bem. O grupo musical Sambô que o diga com sua mistura do pop, samba e rock. E não é à toa que temos aquela expressão carioca muito usada "acabar em samba". Ela pode ser traduzida da seguinte forma: mesmo que nada der certo, vamos aproveitar a festa. Então aproveite a "força de uma canção que tem o dom de encantar".


Carol Stussi

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