Um Homem entre Gigantes: a história de Bennet Omalu.
- Carol Stussi
- 9 de dez. de 2016
- 2 min de leitura

Às vezes é preciso alguém alheio à toda essa bagunça para realmente entender o que é necessário fazer. Um olhar de fora, sem os maneirismos ou vícios que o comodismo nos provoca para enxergar o que há de errado, sem os velhos "ismos". Isso ocorre em ambientes empresariais, em situações que implicam a resolução de problemas, em relacionamentos dos mais diversos e nos julgamentos que realizamos diariamente. O filme Um Homem entre Gigantes conta justamente essa história, fazer a diferença, ser aquele que consegue enxergar aquilo que nem todos querem ver.
O dilema é real e baseado em fatos que eu particularmente preferiria que não fossem reais. Ele traz à tona o jogo de interesses mercadológicos que rondam a nossa vida e nos faz questionar o que realmente importa: a vida ou a morte. A morte contada em números, dígitos financeiros, ou melhor, bilhões de dólares que sustentam uma máquina que é o entretenimento. A trama mostra a ciência a serviço do mercado e não do ser humano, a vida sendo avaliada em valores e corporações decidindo o rumo de uma vida.
A vida de Bennet Omalu certamente daria um belo livro e Um Homem entre Gigantes rendeu um ótimo filme. Lançado nos EUA em 2015 com o nome Concussion, o filme retrata o caminho percorrido pelo Dr. Omalu, médico legista, cientista dedicado, que ao sair da Nigéria adotou os EUA como seu país e buscou lutar pela vida, dando voz aos mortos por meio da ciência, até a descoberta do que seria o trabalho de sua vida, a patologia CTE (Chronic Traumatic Encephalopathy). Em nome de sua verdade e de seus sonhos, confrontou uma das maiores corporações do país, o futebol americano e, com certeza, ele causou uma reboliço. Vivido nos cinemas pelo ator Will Smith (À Procura da Felicidade), Dr. Omalu rendeu ao ator a indicação ao Globo de Ouro.
Visto como falacioso, taxado como fraude e incapaz de desenvolver conclusões científicas, Bennet Omalu conseguiu a atenção da opinião pública. Ele publicou o livro, Play Hard, Die Young: Football Dementia, Depression and Death (Jogue Duro, Morra Jovem: a demência do futebol, depressão e morte) e, em 2009, um artigo em uma revista de circulação muito popular nos EUA, jogando tudo no ventilador. Como a própria origem do seu nome, derivado da palavra Onyemalukwube, “Aquele que sabe, fala”. Ele falou.
Assista ao filme e abra os seus horizontes, nem tudo é o que parece. Nem todos estamos seguros e algo ainda poderá ser revelado. Somos eternos reféns ou estamos no controle de nossas vidas? Eu já não sei...
Carol Stussi
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