top of page

Os Deuses de Asgard: a mitologia na palma de suas mãos.



Eu não sabia, mas estava prestes a me meter em uma confusão daquelas. Estava embarcando em uma viagem sem volta até o destino dos nove mundos. Junto a um "quarteto fantástico", me joguei de cabeça na louca tentativa de desvendar os mistérios da cultura nórdica. Não somente tentar completar um grande quebra-cabeça, mas evitar o Ragnarök.


No início não dei muita importância para o que estava lendo, porque apesar de ser professora, meus interesses literários são mais específicos, teóricos propriamente dizendo. Todavia, Magnus Chase e a Espada do Verão (2015) me enlaçou. Fui presa por uma super corda, talvez forjada por anões, e não consegui mais escapar. Li até o fim. Lá pelas últimas páginas acabei cedendo à minha curiosidade e comparei a obra de Rick Riordan aos meus livros de mitologia sobre a Europa Setentrional. Relutei em fazer isso, porque é um péssimo hábito, sobretudo para não correr o risco de desistir da história. Ao contrário do que eu esperava, fiquei maravilhada com o trabalho que o autor conseguiu fazer, uma obra rica em detalhes e nem um pouco maçante.


Magnus Chase passeia por toda a mitologia com leveza, detalhes e uma pitada de realidade, que nos aproxima da história a todo instante. Referências da cultura pop constantemente nos impõe um ritmo familiar. Entre os personagens temos Magnus, descrito com um toque de Kurt Cobain, Thor fanático por séries e Odin atrás dos mistérios do smartphone. Parecia que eles estavam entre nós vivendo suas vidas. Magnus Chase, no primeiro instante pode soar como Percy Jackson, entretanto não se engane. Ele trata de dilemas que poderiam ser muito bem ligados à passagem da juventude para a vida adulta. O livro traz um time de protagonistas, tão importantes quanto Chase, que têm suas vidas desenroladas na trama. Blitzen, Hearthstone e Samirah, juntamente com Magnus, nos colocam dentro de um turbilhão de dilemas e reviravoltas que nos conduzem até Valhala.


Ler nos proporciona um horizonte de oportunidades. Experienciar a obra de Rick Riordan me proporcionou vislumbrar uma história contada com suavidade, uma história que eu já contava para os meus alunos, contudo agora consegui enxergá-la de maneira mais simples e interessante de se ler e observar. A Espada de Verão demonstra maturidade. Sua história nos permite expandir o horizonte, bem como o imaginário limitado pelos filmes da Marvel e nos presenteia com uma trama bem embasada e divertida.


Magnus Chase foi uma surpresa bem-humorada e histórica, cheia de detalhes, cheia de reflexões sobre nosso papel na sociedade e seus mais diversos tipos de preconceitos. O livro nos coloca no lugar do outro, pensar como o outro e diante de problemas reais. A obra é um passeio pela cultura nórdica, uma aula de história, uma leitura fluida e empolgante. Eu adorei, agora estou ansiosa para ler a sequência: O Martelo de Thor.

Carol Stussi

Follow us
  • Facebook Basic Black
Posts recentes
bottom of page