Meryl Streep: pioneirismo e dedicação.
- Carol Stussi
- 29 de dez. de 2016
- 3 min de leitura

Vários personagens, apenas um rosto. Vários olhares e uma única pessoa cumprindo o seu papel. Essa é Meryl Streep, uma artista fantástica e cheia de facetas. Não há como não se render ao talento da atriz que enche qualquer produção com a força de seu carisma e paixão pela sétima arte. Aos 67 anos, a atriz será homenageada com o Cecil B. DeMille Award, prêmio especial concedido a profissionais renomados pelo conjunto de sua obra, na cerimônia de entrega do Globo de Ouro 2017.
Pioneira no mundo do cinema, ela já viveu vários personagens versando entre papéis que vão do cômico ao dramático e sempre com muita dedicação. Não é à toa que ela coleciona 322 indicações a diversos prêmios, sendo agraciada com 164 deles. Ela se destaca por ser uma das recordistas tanto do Globo de Ouro (29 indicações, oito vitórias) quanto do Oscar (19 indicações, três vitórias). Meryl Streep confessou em uma de suas inúmeras entrevistas: “Eu achava que era muito feia para ser atriz. Óculos não eram fabulosos naquela época". Ainda bem que seu amor pela arte falou mais alto que seus problemas de autoestima. Beleza é um conceito abstrato e sucesso independe de beleza; se forja em talento, persistência, determinação e sonhos. Mas quem diria, ela se achar feia, sou obrigada a discordar.
Quando estou escolhendo um filme tenho o péssimo hábito de procurar informações sobre o elenco. Isso é uma coisa ruim, haja vista que você se condiciona a escolher sempre aquilo que está em sua zona de conforto, se limita, não se permite conhecer algo novo. Logo que me deparo com esse nome, Meryl Streep, o filme passa a ser uma das minhas primeiras opções. Adoro ver e rever O Diabo Veste Prada (2006), no qual ela literalmente encarna uma (personagem é um substantivo tanto feminino como masculino) personagem diabólica, sisuda, arrogante, mas extremamente dedicada e competente no ramo da moda. Lembro da atuação dela no filme Ricki and the Flash – De Volta pra Casa (2015), na qual ela vive uma cantora de rock que se vê obrigada a rever a família, uma personagem descolada e cheia de maneirismos. E agora o seu personagem em Florence: Quem É Essa Mulher? (2016), no qual ela interpreta uma mulher que sonha em ser cantora de ópera, contudo não possui talento para tal.
Florence: Quem É Essa Mulher? é um filme baseado na história real de uma socialite que queria ser cantora. Uma história de alguém anônimo que mesmo sem talento chega ao topo, ao ápice de seus sonhos. O filme é cômico, uma sátira à sociedade da época e faz menção a problemas reais, como a sífilis. Entretanto, o que mantém a história são as ótimas atuações de Meryl Streep, Hugh Grant e Simon Helberg. Meryl consegue dar o tom certo à vida, aos sonhos, às angústias e à honestidade com a qual o seu personagem persegue a música. Infelizmente, o filme desperdiça uma boa história. Apesar da biografia da socialite ser muito mais do que isso, o filme é agradável. Ver esses artistas atuando juntos é gratificante. Uma história de amor à música e afeto vista pelos olhos dos personagens. É incrível imaginar que algo assim tenha acontecido, que seja possível sonhar e alcançar os seus objetivos, mesmo sem ferramentas para isso. Na época por meio de dinheiro, influência, carisma, determinação e amor, e hoje por meio de dedicação, mídia e da popularização dos meios de entretenimento. Assista, você vai se apaixonar.
Meryl, nós agradecemos por ser uma admirável atriz. Podemos usar aquela máxima de que "quanto mais velho, melhor o vinho". Meryl é sinônimo de sucesso, pioneirismo, dedicação e pura arte. Fica a dica da nossa homenageada do dia: Mary Louise Streep: “Para a mulheres jovens, eu diria: não se preocupe muito com seu peso. Meninas gastam tempo demais pensando sobre isso, e há coisas mais importantes. Para homens jovens, e mulheres também, o que faz você diferente é sua força. Eu costumava odiar meu nariz. Agora não mais. Está tudo bem".
Carol Stussi
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