Aquecimento Oscar 2017: Capitão Fantástico.
- Thalita Amaral
- 19 de jan. de 2017
- 2 min de leitura
Com a aproximação do Oscar, sempre entro na correria para assistir a alguns filmes indicados. Infelizmente, nunca consigo ver todos que quero, pois geralmente são lançados muito próximo à data da premiação. Ainda assim, faço o que posso. O primeiro filme escolhido, de uma longa lista, foi Capitão Fantástico e afirmo que iniciei com o pé direito.
Se você assistiu ao filme Pequena Miss Sunshine (2006) e gostou, assista Capitão Fantástico sem pensar duas vezes. São filmes construídos de formas bem parecidas. Ambos mostram contextos familiares com sensibilidade e, acima de tudo, naturalidade. Não dramatizam em excesso, como os blockbusters preocupados apenas com bilheteria, a ponto de parecer fora da realidade. Utilizam uma fórmula simples e bem-sucedida: humanizam seus personagens.
Dirigido por Mat Ross (Boa noite, e Boa sorte), sua história, que mistura drama e comédia, mostra uma família que vive fora do que consideramos convencional. Viggo Mortensen, conhecido pelo seu papel como o Aragorn da trilogia O Senhor dos anéis, interpreta Ben Cash, um pai que cria seus seis filhos em meio a uma floresta no Noroeste do Pacífico. Isolados da sociedade, eles vivem num mundo sem as influências do “capitalismo selvagem”, da forma mais naturalista e pura possível. Com a morte da mãe, essa família se vê obrigada a iniciar uma jornada pelo mundo “exterior”.
O filme levanta uma série de reflexões e nos faz questionar o estilo de vida proposto por aquele pai. Seria abusivo privar os filhos do convívio social? Ou a sociedade atual é tão nociva que de fato uma benfeitoria estaria sendo feita para aquelas crianças? Outras discussões são levantadas, como a educação familiar e o hábito dos adultos de privarem os filhos da verdade, por acharem que eles não estão preparados para certos assuntos. Inclusive, uma das cenas mais interessantes do filme é um diálogo entre Ben e sua filha caçula sobre relações sexuais. Uma verdadeira aula sobre criação de filhos e convívio familiar.
As atuações são de primeira. Os seis jovens filhos têm atuações consistentes e carismáticas. A parte cômica da trama é de responsabilidade deles, por sinal. Viggo Mortensen brilha, depois de estar um tanto sumido da telinha. Sua atuação por esse filme o garantiu a indicação ao Globo de Ouro e possivelmente o fará concorrer ao Oscar.
Um dos momentos mais lindos tem como pano de fundo a eternizada canção do Guns N’ Roses: Sweet Child O’Mine. Quando você pensa que já ouviu versões suficientes dessa música, você é surpreendido novamente por uma roupagem ainda mais linda.
Minha nota para o filme é 9,0. Não deixe de assistir!
Thalita Amaral
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