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Aquecimento Oscar 2017: La La Land.

  • Thalita Amaral​ ​​ ​​ ​​ ​
  • 25 de jan. de 2017
  • 3 min de leitura

Os filmes musicais fazem parte de um estilo muito particular e que, de modo geral, agrada aos críticos de Hollywood. Alguns trabalhos cinematográficos já foram bastante premiados e eternizados como Grease, Cantando na Chuva e Noviça Rebelde. Alguns um pouco mais recentes também se destacaram em arrecadação de bilheteria e prêmios como O Fantasmo da Ópera, Moulin Rouge, Chicago, Hairspray e Mamma Mia!.


Mesmo com todo esse glamour por trás dos musicais, eu não consigo me identificar muito com o estilo. Prefiro esse gênero sendo desenvolvido no teatro, fica mais empolgante. No cinema, de modo geral, até hoje, os únicos dois filmes musicais que me agradaram foram O Fantasma da Ópera e Moulin Rouge. De todo modo, assim que soube da existência de La La Land, e suas elevadas possibilidades de premiação, devido ao seu recorde em indicações ao Oscar (14), corri para assistir, com uma centelha de esperança no coração.


La La Land – Cantando Estações é um filme americano, dirigido e escrito por Damien Chazelle (Whiplash, 2014). O longa se passa na cidade de Los Angeles e conta a história de um músico, Sebastian (Ryan Gosling), pianista e amante de jazz que tem um espírito sonhador e deseja salvar esse estilo musical, e uma aspirante a artista, Mia (Emma Stone), que faz de tudo para conseguir uma oportunidade de trabalhar com o que ama, as artes cênicas. A vida dos dois se cruza e os dois se apaixonam, no entanto ambos veem que a vida não é feita apenas de sonhos, para torná-los realidade, muitas vezes deve-se abrir mão de certas coisas.


O filme logo começa com uma música, o que já era de se esperar, visto que é um musical. Entretanto, era daquele jeito incômodo de ser. Um monte de gente saltitando, cantando no meio da rua, sem ao menos se conhecerem. Respirei fundo e me mantive forte. Continuei assistindo. A primeira meia hora me desapontou. Cansativa e usual. A história foi se desenrolando e aos poucos fui me afeiçoando aos personagens Sebastian e Mia. Realmente Ryan Gosling e Emma Stone conseguem cativar e tirar “leite de pedra”. Passam aquela essência do romance, sem ser “meloso”. Tiveram um entrosamento acima do esperado. O que acho o máximo neles é que ambos não são aquelas carinhas prontas de Hollywood, não possuem aquele estereótipo inalcançável. Eles têm uma beleza comum e palpável e, sobretudo, carisma transbordando, o que dá mais realidade aos papéis. A inserção da cultura do jazz no decorrer da história também é bastante interessante. Sebastian quase consegue nos convencer a ouvir jazz no nosso dia a dia.


Apesar de ser musical, o filme não pesa muito com canções a todo momento. Tem muitos diálogos, o que pra mim foi um ponto positivo. A canção original principal, City of Stars, indicada ao Oscar, é realmente linda e traz aquela sensação de nostalgia imersa nas belezas da cidade de Los Angeles. As cores são clássicas do gênero e o jogo de câmeras é muito bem utilizado. O final do filme não é clichê e me motivou a aumentar um pouco a nota que daria inicialmente para o musical.


Mesmo contendo maravilhosos protagonistas, La La Land não é um filme marcante. Não é o tipo de filme que me trouxe o desejo de querer ver de novo. Foi um filme em que eu dava pause, ía no banheiro, sem pressa pra voltar, sem ansiedade. A história ficou muito restrita a dois personagens. Tramas paralelas praticamente apagadas, coadjuvantes com jeito de figurantes. Senti que não havia conteúdo suficiente para gerar envolvimento. É como se a fórmula não tivesse sido eficiente. Por que a crítica elogiou tanto? Por que muitos estão achando excelente? Os americanos amam Los Angeles e eles amaram a homenagem à cidade em si. Os demais devem ter sido inebriados pelo carisma dos personagens e deviam estar saudosos dos musicais. La La Land merecer 14 indicações ao Oscar só mostra que a safra de filmes do ano foi realmente fraca. A vitória como melhor filme é bem provável, mas eu não acho merecida.


Minha nota para o filme é 7,0. Veja em casa, sem pressa.


Thalita Amaral

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