Aquecimento Oscar 2017: Kubo e as Cordas Mágicas.
- Carol Stussi
- 31 de jan. de 2017
- 2 min de leitura

Kubo e as Cordas Mágicas é uma animação que foge aos padrões típicos dos consagrados estúdios, como a Pixar e Disney. A escolha da história e seus desdobramentos fazem dela uma animação incomum, uma vez que sua principal característica é o teor sombrio. O filme procura mostrar o lado sombrio da humanidade e como devemos olhar para a vida e a morte.
A animação é construída a partir da cultura oriental e procura trazer o universo da magia para o centro da história. Durante o longa, acompanhamos a vida de Kubo, um jovem que, por um infortúnio da vida, teve o seu olho arrancado ainda bebê. Ele, desde muito cedo, se vê obrigado a sustentar a sua família, já que seu pai fora assassinado e sua mãe se encontra aparentemente debilitada. Um menino sozinho que encontra nas histórias uma válvula de escape e o seu sustento, passando a dividir as horas do seu dia em contá-las na vila e cuidar de sua mãe.
A história tem início em um ambiente noturno e tenebroso. Logo evidenciamos que algo de muito sério envolve a vida de Kubo. Sua mãe, filha da Lua, esconde um segredo, que se revela como uma bomba para seu filho. Herdeiro da Lua, ele carrega consigo o dom de sua mãe, a magia. Kubo munido de seu violão e as cordas mágicas, precisa urgentemente sobreviver à fúria de suas tias e seu avô. Serpentes, besouros, esqueletos, duelos, personagens de papel, seu violão mágico, uma reviravolta atrás da outra. O longa é muito bem construído e surpreende pela forma como é conduzido.
Kubo e as Cordas Mágicas (2016) é uma produção dos Estúdios Laika, os mesmos que produziram filmes como Os Boxtrolls (2014), Coraline e o Mundo Secreto (2009) e ParaNorman (2012). Dirigido por Travis Knight, o filme é feito a partir da técnica Stop Motion. Essa técnica poderia ser descrita como um trabalho sequencial de fotografia feito em diferentes ângulos sobre um mesmo objeto que resultariam na noção de movimento. O diretor usa essa técnica que remonta os primórdios do cinema para dar vida à história. Um belo trabalho sem sombra de dúvida.
Indicado ao Oscar 2017, Kubo e as Cordas Mágicas, vem nadando contra a maré, que pende para filmes sentimentais e de muita ação. Ele traz uma história baseada em origamis e magia, que mistura o universo infantil e adulto, medo, reflexão, sentimento e alegria. Confesso que me assustei com a escolha dos cenários, mas no final é uma obra belíssima. Um bom filme.
Carol Stussi
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