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"Mother Monster": Lady Gaga

Para delírio dos "Little Monsters", Lady Gaga será a primeira headliner do Rock in Rio 2017. Nada mais justo do que comentar sobre as aparições bombásticas que ela tem feito nesses últimos meses. Pelo que tudo indica, essa será a única aparição da artista aqui por essas bandas. E a pergunta que não sai da minha cabeça: o que ela reserva para nós?

Pode se esperar de tudo. Excentricidade, originalidade e musicalidade. Lady Gaga arrebata uma multidão para seus shows. Sua carreira cheia de polêmicas e figurinos pra lá de inusitados fazem dela uma estrela. Um talento genuíno, sem sombra de dúvida, mas que levanta um questionamento frequente: ela tem identidade própria ou é uma jogada de marketing? Quem é realmente essa mulher que choca e nos faz arrepiar?


Para mim, ela é uma artista tão completa que sabe o tamanho do seu talento. Se reinventa a cada música e pode, sim, ser também uma invenção. Como a própria Beyoncé disse em uma de suas entrevistas, "I'm a Sasha", ou seja, outra pessoa no palco. Será que Lady Gaga também não optou por viver uma personagem e a encarna com teatralidade e maestria? Vai saber...a única certeza é que ela veio pra ficar.


Lady Gaga "lacrou" 2017 com sua apresentação na final do Super Bowl. O ano mal começou e ela já causou. Foi um burburinho enorme, a web entrou em colapso com os 15 minutos de show que arrepiaram a plateia. Lady Gaga era pura pirotecnia, malabarismo e voz. E que voz! No dia 5 de fevereiro, durante o Halftime Show, tradicional intervalo do Super Bowl, a diva se tornou um gigante, para frenesi dos expectadores e, lógico, dos brasileiros.


O Twitter era só comentários sobre a sua performance e eu fui conferir. Para surpresa de todos, sua apresentação começa pelo telhado do estádio em uma projeção pré-gravada e, logo em seguida, ela mergulha. Ela voou, cantou, dançou, tocou e encantou. Fiquei impressionada. Ela fez o estádio tremer e fez todos, inclusive eu, cantar os seus maiores sucessos. Foi redondo, visceral e pirotécnico. Sem máscaras, sem fantasias, de cara limpa, e com muita energia. Ela foi um monstro.


Alguns críticos de plantão tentaram desmerecer a sua apresentação. É lógico que outros artistas já fizeram o mesmo que ela, se apresentar no Super Bowl. Artistas conceituados podem até ter feito melhor, não duvido. Mas até o maior crítico de todos precisa reconhecer o trabalho bem-feito do outro, mesmo que esse não seja o seu nicho. Artistas como Elton John e Akon fizeram questão de elogiar o mega show da "Mother Monster". Akon escreveu as seguintes palavras: "Gaga, você 'assassinou' o Super Bowl. Tão orgulhoso de ter sido parte de uma lenda. Seu maior fã".


Lady Gaga também deixou sua marca no Grammy 2017. Não foi apenas o discurso de Adele que chamou atenção durante a noite de premiações. Lady Gaga arrasou e de novo veio a se firmar como um ícone. A performance da diva agora foi com ninguém menos que o Metallica. Pop e rock juntos de uma forma contagiante. Entre comentários positivos e negativos, a junção inusitada entre eles impactou.


Inúmeras foram as falhas técnicas do show, dentre elas o microfone do vocalista do Metallica estava sem som. Uma enorme gafe, que no transcorrer da apresentação se mostrou uma ótima oportunidade para que o dueto se revelasse. Ambos vocalistas, Lady Gaga e James Hetfield, passaram a dividir o microfone em uma atitude pura e genuína do rock’ n roll. Alguns sites apontaram como negativo o fato de ter inúmeras pessoas dançando no palco. Segundo os comentários, os bailarinos não tinham finalidade e pareciam mais perdidos do que parte de um cenário. Chamas, dança e figurantes soaram como exagero e extravagância. Durante uma entrevista para a revista Rolling Stone, Lars Ulrich, baterista do grupo, elogiou a performance de Lady Gaga. Segundo ele, a união pode vir a render frutos. O grupo ressaltou a naturalidade e a postura da cantora, diante do sucesso Moth into Flame. Para eles, "[...]. A performance foi sem esforço, orgânica e ela tem o espírito do hard rock / metal fluindo em suas veias. Isso acaba sendo natural para ela".


Lady Gaga é assim, se não causar alvoroço, não é ela. Já está dando o que falar e só estamos no começo do ano. Assisti e reassisti várias vezes, o Super Bowl e o Grammy, e não tem como não aplaudir. Lady Gaga é um monstro, performática, visceral e profissional. Polêmica, com figurinos pra lá de estranhos, ela divide opiniões por onde passa. Ora excêntrica, ora simples e natural, ela é um enigma. E nós brasileiros, aguardamos ansiosos para conferir o que ela nos reserva.

Carol Stussi

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