Lançamento da Semana: "Logan".
- Thalita Amaral
- 4 de mar. de 2017
- 3 min de leitura

X-Men é uma franquia da qual desisti há um tempo. A primeira trilogia iniciou bem, mas teve sua decadência com a precipitada aparição e morte da personagem Fênix em X-Men – O Confronto Final (2003). Mais tarde, em 2011, com X-Men – Primeira Classe, a franquia teve sua segunda chance. Com um recomeço e novos atores, o encantamento retornou. Até que novamente o trem saiu dos trilhos em X-Men – Apocalipse (2016), ou talvez até antes, com uma volta ao passado na tentativa de consertar “problemas” de filmes anteriores em X-Men – Dias de um Futuro Esquecido (2014).
Algo que sempre foi inegável nessa série de filmes é o sucesso de um dos seus protagonistas: Wolverine. Hugh Jackman, ator por trás desse fenômeno, se tornou conhecido por esse personagem e desde então carrega esse rótulo eterno. O personagem teve tanta repercussão, que Wolverine teve sua própria trilogia de filmes. O primeiro longa foi X-Men Origens – Wolverine (2009), seguido por Wolverine – Imortal (2013) e o mais recente lançamento, Logan (2017).
As críticas ao filme Logan foram determinantes para minha ida ao cinema ainda na pré-estreia. Depois do filme Wolverine – Imortal ter me desapontado extremamente, confiei nos comentários da mídia e resolvi conferir a despedida de Hugh Jackman da interpretação desse marcante personagem.
Logan surge nesse último longa bem diferente dos outros filmes. Mais velho, com cicatrizes, com seu fator de cura comprometido em decorrência da idade avançada, e ainda com aqueles velhos ressentimentos e tormentos psicológicos.
O grande diferencial desse filme é apostar no drama, não apenas na ação e aventura. Hugh Jackman, como artista de primeira que ele é, faz isso muito bem. Ele consegue transmitir realmente a dor que Logan sente por ter perdido tantos amigos e amores ao longo dessa jornada. Seu mentor, Charles Xavier, um mutante poderosíssimo cujo poder é o controle de mentes, agora é um nonagenário que sofre de uma doença degenerativa e deve ter seus poderes contidos para evitar um desastre.
A história se desenrola com o aparecimento de uma criança mutante, Laura Kinney, que apresenta habilidades bastante conhecidas por nós. No ano em que se passa o filme, 2024, mutantes são seres raros, em real declínio, de modo que nenhum mutante, aparentemente, havia surgido nos últimos 25 anos. Dessa forma, aquela criança atrai atenções e cabe a Logan protegê-la, mas a grande questão é que ele não é mais o grande herói de antes. Ele agora quer apenas ter uma vida normal, com um trabalho normal e cuidar do seu velho amigo, professor Xavier.
Agora vamos às críticas. James Mangold, que assina a direção, nos entrega um bom filme. Presenciar um personagem como Wolverine, de uma forma tão vulnerável, dá uma sensação diferente e um tom interessante ao filme. A interação entre Logan, Xavier e a pequena Laura rendem cenas interessantes e divertidas, com certeza o ponto alto do filme. Hugh Jackman é um artista de primeira, acima da média. Apesar de saber que ele deixará saudades, acho positivo o afastamento dele dos filmes dos X-Men. Um rótulo como esse compromete a carreira dele, que acaba por aparecer pouco em outros trabalhos, uma vez que filmes nesse estilo demandam muito tempo de preparação, inclusive física.
Do ponto de vista da ação, temos cenas bem elaboradas, sangue pra todo lado, bem do jeito que os fãs gostam. Contudo, algumas coisas me incomodaram e me fizeram considerar o filme bom, mas não ótimo. O filme de 2 horas e 21 minutos de duração poderia facilmente ter durado menos. O desenrolar do filme em seus meados foi um pouco cansativo, com aquela clássica perseguição e fuga entre mocinhos e vilões, que acontece repetidas vezes. Um dos vilões, Donald Pierce (Boyd HolBrock), poderia ter sido facilmente eliminado, mas persiste durante toda a história e cai no clichê da ação. O comprometimento do fator de cura de Logan também poderia ter sido melhor explicado no filme. As explicações que tive a respeito do assunto foram basicamente conseguidas a partir de explicações do diretor à crítica. O público não tem que buscar informações “por fora” para conseguir ter pleno entendimento acerca de um filme. Por fim, a mais dolorosa insatisfação: Wolverine poderia ter vestido o uniforme original ao menos uma vez (sniff!).
Recomendo o filme, mas sem grandes louvores como os demais fizeram. Recomendo, em especial, para nos despedirmos de uma grande interpretação. Como diz a música: “Foi bonito foi, foi intenso foi...”
Nota: 8,0
Thalita Amaral
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