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Crítica: "Caixa de Pássaros".



Amo filmes de suspense e terror. Livros desses gêneros, porém, nunca foram muito atrativos para mim. Li apenas Christine, romance de horror com pitadas de suspense do grande mestre Stephen King, até que, recentemente, resolvi ler Caixa de Pássaros. Fui atraída basicamente pela promoção do site Submarino e em parte por sua sinopse.


O livro, primeiro do autor Josh Malerman, é um thriller psicológico que retrata primordialmente a história de Malorie. Tudo corria normalmente na vida da jovem e de sua irmã, até que algumas mortes misteriosas começam a ocorrer em diferentes locais do país. O medo começa a se espalhar, à medida que o número de mortes aumenta. Por conseguinte, os boatos crescem e assombram cada vez mais as pessoas. Não se sabe ao certo o que causa as mortes, sabe-se apenas que isso ocorre quando se olha para supostas criaturas.


O temor da morte faz com que as pessoas parem de olhar para o mundo exterior e se trancafiem dentro de casas totalmente protegidas. Pequenos grupos de pessoas, aos poucos, tentam se unir em busca da melhor forma de permanecerem vivos sem o auxílio de um dos principais sentidos humanos, a visão.


O livro passeia na linha temporal. Em determinados capítulos vemos Malorie em seu passado com sua irmã. Em outros, conhecemos o grupo que a acolheu e com o qual a jovem convive boa parte da história. Temos ainda acesso ao futuro de Malorie com duas crianças. O autor se utiliza bem desses diferentes períodos da vida da moça, de modo que no decorrer da leitura vamos juntando peças e, ao mesmo tempo, ficamos mais curiosos sobre o desfecho de alguns personagens.


O grande mistério do livro é, sem dúvida, descobrir o que está causando as mortes. Por que as pessoas enlouquecem e se matam quando olham para tais criaturas? É o medo que causa isso? Existem mesmo criaturas ou tudo é fruto da imaginação? Tais questionamentos te fazem ter energia para persistir durante todo o livro, que acaba por ter altos e baixos. A protagonista não é cativante e isso não pode ser justificado pela situação vivida, já que temos diferentes linhas do tempo. Malorie simplesmente não embala e transborda apatia, mesmo quando protagoniza alguns atos heroicos. As relações sociais poderiam ser mais bem exploradas. Um grupo de pessoas desconhecidas convivendo uns com os outros, um verdadeiro Big Brother ficcional, poderia render muito mais cenas de impacto do que o livro apresentou.


O grande desfecho obviamente não revelarei, mas não me surpreendeu. Senti que um grande tema foi perdido e que ele poderia ter gerado uma história muito mais emblemática do que a que Malerman propôs. Vislumbro, entretanto, um futuro promissor caso essa história caia nas mãos de um bom produtor e diretor de Hollywood, para assim gerar um filme, quem sabe, de qualidade. O livro foi apenas regular.

Thalita Amaral

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