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To be continued...



Filmes. Uma fábrica de ilusões, de projeções, de sonhos e um espelho do real. Não existe nada mais fascinante do que enxergar no outro as aspirações de uma vida mais empolgante, de um amor para lá de imortal, ou de um propósito pungente. O que fazer quando essas lacunas não possuem um desfecho ou quando não há um final feliz e tudo fica para as cenas dos próximos capítulos?


Ultimamente parece que virou moda na indústria cinematográfica fazer continuações de filmes. Nada contra, mas o que fazer quando essas histórias demoram ou nunca retornam, ou até mesmo se tornam uma página esquecida na prateleira de scripts? Sequências bem-sucedidas, como a Saga Crepúsculo e Jogos Vorazes, são exemplos que deram certo, contudo outros títulos se perderam no tempo ou demoraram demais para terem suas continuações. Esse é o caso da franquia Bridget Jones que chegou ao seu merecido fim, mas demorou demais e se tornou um filme cheio de altos e baixos. Outros dois títulos que passaram por algo similar foram Anjos da Noite e Bourne.


O bebê de Bridget Jones demorou 15 anos para ser lançado após o original. Não que eu não tenha gostado, sou fã de Bridget Jones interpretada por Renée Zellweger. Particularmente estava ansiosa para ver o filme, mas a impressão que tive é que o personagem ficou deslocado e que sua trajetória se perdeu em meio ao próprio envelhecimento de sua intérprete. Adorei a história porque teve um gostinho de velhas lembranças, no entanto passou tempo demais e já não me lembrava claramente dos outros dois filmes. Sabia a ideia principal, no entanto já havia perdido o vínculo, o laço com o enredo da história. Para aqueles que desconhecem a trilogia temos, O Diário de Bridget Jones (2001), depois Bridget Jones: No Limite da Razão (2004) e o mais recente O Bebê de Bridget Jones (2016).


O que isso revela? Estamos a mercê dos interesses mercadológicos e não há nada que se possa fazer, a não ser esperar. Se a história for lucrativa, render milhões nas bilheterias, você pode ter certeza que isso renderá inúmeras fragmentações e sequências. Alguns filmes com bom censo, outros com tantas continuações que chegamos a nos perder e outros que demoram décadas para surgirem nas telonas. Ou o que é pior, quando você acha que três é demais, surgem novas possibilidades. As séries de filmes Anjos da Noite, Bourne e Velozes Furiosos são dessas franquias que não têm fim, sempre há espaço para mais um filme. Das duas uma: ou a indústria prefere ficar em uma zona de conforto ou realmente novos roteiros e novas histórias de qualidade estão se tornando cada vez mais raras.


Carol Stussi



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