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"Fragmentado", o melhor suspense dos últimos tempos.


Fragmentado (Split, 2016) foi mais um filme da maratona de domingo. Posso começar dizendo que assisti-lo foi a soma de satisfação e plenitude. Eu, como fã de carteirinha do gênero suspense, posso afirmar que estou muito feliz com o resultado.


Fragmentado mostra a história de Kevin (James McAvoy), homem que possui um transtorno de múltiplas personalidades. Sua psiquiatra, Dra. Karen Fletcher (Betty Buckley), diagnosticou 23 personalidades e acompanha o caso do rapaz. Contudo, as coisas começam a sair do controle quando uma nova personalidade começa a vir à tona e três adolescentes são sequestradas.


Filmes sobre transtornos de personalidade não são novidades no mundo do entretenimento. Um dos primeiros que me marcou foi Identidade (2003). Histórias assim são uma aula de ciências e mostram como conhecemos pouco acerca da mente humana e de como o corpo pode agir de maneiras pouco esperadas e convencionais. Ao longo de Fragmentado observamos a Dra. Fletcher relatar sobre pacientes com esse tipo de distúrbio e vemos que o organismo se altera completamente, desde a parte comportamental até mesmo a fisiológica, o que muito me surpreendeu. Uma mesma pessoa pode, por exemplo, apresentar diabetes em uma das personalidades e ser completamente saudável em outra. Assim como, uma personalidade pode ter a força correspondente a vinte homens, enquanto outra personalidade pode apresentar a delicadeza de uma criança.


James McAvoy na trama alcança o ápice de sua carreira, na minha opinião. Li em um site de notícias que o papel havia sido oferecido a Leonardo DiCaprio e este, após ver o resultado do filme, teria ficado bem arrependido de ter negado o papel. McAvoy interpreta com precisão seus múltiplos personagens. Chega um momento do filme que seus trejeitos específicos, como modo de falar, olhar e se movimentar são tão marcantes, que conseguimos identificar cada personalidade com exatidão, mesmo antes de ouvirmos o nome da personalidade vigente.


Apesar de o filme ser basicamente em torno dos personagens de McAvoy, uma das três meninas sequestradas também rende uma trama paralela interessante e que mexe com o expectador. Casey Cook (Anya Taylor-Joy) é uma das sequestradas e ela age de modo diferente das outras duas e apresenta um jeito de ser mais sombrio. Ao longo da história, flashbacks da infância de Casey são mostrados e observamos que a vida da menina não foi fácil, o que aumenta a empatia e torcida por ela. Particularmente, a “indefinição” do destino de Casey foi possivelmente o meu único desapontamento para com o filme.


Uma grande surpresa do filme é no final. O diretor, roteirista e produtor M. Night Shyamalan, conecta Fragmentado a uma de suas outras grandes obras: Corpo Fechado (2000). Quero lembrar que desfechos inusitados são característicos de Shyamalan, basta lembrar de Sexto Sentido (1999), um de seus principais trabalhos.



Dou 9,5 para o filme. Assistam ao melhor suspense dos últimos tempos.


Thalita Amaral

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