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Crítica: "O Espaço Entre Nós".


O Espaço Entre Nós (The Space Between Us, 2017) é um filme que mistura fantasia, ficção e romance. Soube de sua existência pela divulgação da Diamond Films no Brasil. Sabe aqueles clássicos anúncios que saltam na sua timeline nas redes sociais, sem você ao menos esperar? Pois é, a divulgação foi tão bem-feita, que fiquei curiosa em assistir ao filme, uma vez que seu trailer parecia garantir um romance daqueles bem fofinhos, com uma mistura ficcional que muito me atrai. Mais a frente verão que não foi exatamente isso o que aconteceu.


A história se passa num futuro próximo em que os seres humanos buscam colonizar Marte de forma efetiva. Em uma dessas missões, idealizada por Nathaniel Shepherd (Gary Oldman), a astronauta da equipe, Sarah Elliot (Janet Montgomery), chefe da missão, descobre estar grávida já no espaço. Devido às dificuldades de um possível retorno da espaçonave para a Terra, Sarah dá à luz o seu filho, Gardner (Asa Butterfield), em solo marciano. Em razão do feto ter sido formado já em gravidade inferior à terrena, a NASA decide manter a criança em Marte para que ela consiga sobreviver. Anos se passam e o jovem Gardner, por meio da internet, conhece uma garota, Tulsa (Britt Robertson), pela qual se apaixona e por quem fará de tudo para viajar à Terra e conhecê-la.


O filme até tinha um bom material a ser trabalhado, mas poucas coisas funcionaram. A trama tem um desenrolar lento, o que a torna desinteressante. É fato que precisamos ter uma certa noção da origem de Gardner, mas o roteiro poderia ter sido escrito de forma mais inteligente, com mais dinamismo. A distância entre os dois planetas implicou em uma demora “temporal” nos acontecimentos que não agrada. Outro ponto pouco compreensível no filme é a NASA deixar uma astronauta grávida ir ao espaço. Não fica claro com que tempo de gestação Sarah embarcou, entretanto deve ter sido algo do tipo “sexo na noite anterior ao lançamento”, para justificar o acontecimento.


De modo geral, a principal falha do longa pode ser atribuída ao elenco. O Espaço Entre Nós tinha tudo para ser um novo A Culpa é das Estrelas (2014), mas faltaram artistas que emocionassem e que nos fizessem rir nos momentos mais leves e descontraídos. Asa Butterfield não me convenceu. Gardner, por ter convívio social restrito basicamente a cientistas, é de uma inocência tremenda, o que garantiria cenas incríveis, se não fosse o despreparo do ator. O personagem não emociona, não cativa. Sua parceira de cena, Britt Robertson, também entrega nada mais do que o básico. A química entre o casal foi completamente superficial. Até mesmo Gary Oldman me desapontou, com uma atuação um pouco forçada e caricata.


A trama deixa lacunas que foram resultados de cenas que poderiam ser facilmente excluídas, como o fato de Tulsa ser hostilizada no colégio, sem um motivo plausível aparente, bem como sua conexão com o piano meio que deslocada de um contexto geral. Enfim, erros básicos, imperdoáveis.


O final revela algo que eu já desconfiava desde a primeira cena: nenhuma grande surpresa. Se a proposta era atingir o público adolescente, o tempo do filme deveria ter sido reduzido, já que 2h e 28 minutos pouco movimentadas são demais para prender a atenção dos mais jovens.


Allan Loeb, roteirista do filme, decepciona. Depois de uma grande obra como Quebrando a Banca (2008), eu esperava muito mais. Bola fora. Dou 6,0 porque sou gentil.

Thalita Amaral

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